O Toyota Corolla é, inegavelmente, um dos veículos mais icônicos e reconhecidos globalmente. Desde sua estreia no Japão, em 20 de outubro de 1966, o sedã atravessou inúmeras gerações e variações de carroceria, sempre mantendo uma característica marcante: o conservadorismo no design. Essa postura refletia a aversão japonesa a grandes riscos estéticos. No entanto, o cenário parece estar mudando.
Durante o Japan Mobility Show 2025, realizado em Tóquio, a fabricante japonesa revelou o conceito da 13ª geração do Corolla. Pela primeira vez em décadas, o sedã surpreende com uma abordagem radical, completamente destoante de tudo o que a Toyota já havia feito para o modelo. A mudança é tão drástica que, se não fosse pelo nome Corolla gravado no centro da tampa traseira, seria difícil reconhecê-lo.
Um visual externo totalmente novo
O conceito apresentado exibe uma carroceria com forte presença de vincos e linhas angulares. O conjunto é complementado por rodas de 21 polegadas com design em Y e um aerofólio integrado à tampa do porta-malas. A dianteira, com curvas baixas e capô curto, destaca-se pelo conjunto de faróis e lanternas interligados por faixas de luz contínuas. Esse recurso de design tem se tornado uma tendência global, popularizada especialmente pelas montadoras chinesas.
Na lateral, chamam a atenção a linha de cintura descendente, os retrovisores extremamente finos e a adoção de janelas sem moldura. Esta última é uma característica mais comum em veículos premium, algo inédito para o Corolla.
Interior futurista e minimalista
Se o exterior já indicava uma guinada para o futurismo, o interior do conceito é onde a Toyota mais ousa, esbanjando um design minimalista nunca antes visto em um carro da marca. O painel segue a tendência minimalista, similar à de alguns carros chineses, com a quase total eliminação de botões físicos. Essa centralização do controle em teclas sensíveis ao toque, localizadas ao redor do painel de instrumentos digital, pode ser um ponto de debate.
A manopla de câmbio (se é que pode ser chamada assim) está em uma base flutuante próxima ao motorista, que aparenta seguir a estética do próprio conceito. Em essência, todo o design interno foi pensado para criar um ambiente limpo, tecnológico e muito distante daquele encontrado no Corolla atual, que foi lançado no Brasil em 2020.
O que esperar para a nova geração
Embora carros-conceito sejam criados para gerar impacto, o uso do nome de um modelo real pela montadora sinaliza que grandes mudanças estão a caminho. É provável que o próximo Corolla de produção em série não adote uma forma tão extrema quanto a do conceito, mas a Toyota deixa claro que sua linguagem de design será levada muito além do que o público esperava para seu best-seller.
A montadora ainda não divulgou detalhes técnicos específicos. Contudo, é certo que o futuro Corolla receberá novas famílias de motores, possivelmente as unidades 1.5 e 2.0 mais compactas, leves e eficientes que foram apresentadas em 2024. A Toyota também está se preparando para lançar versões totalmente elétricas, híbridas e híbridas plug-in, além de considerar uma opção a combustão que utilize combustível neutro em carbono.
Mesmo sem uma data de lançamento exata, a expectativa é que a 13ª geração chegue ao mercado entre o final de 2026 e o início de 2027. Afinal, a geração atual já está no mercado global há sete anos, e a Toyota não permitirá que o carro mais vendido do mundo envelheça sem uma atualização significativa.