O Opel Corsa de segunda geração, conhecido internamente como Corsa B, transcendeu sua origem europeia para se tornar um dos modelos mais globais e longevos da General Motors. Lançado em 1993 na Europa, onde cumpriu uma carreira padrão como carro de entrada da Opel e Vauxhall, ele se transformou em um verdadeiro ícone ao redor do mundo, especialmente no Brasil, México e China, sendo carinhosamente conhecido por nós como “Corsinha”.
O Corsa B na Europa
Na Europa, o Corsa B, fabricado de 1993 a 2000 na Alemanha e Espanha, era um hatch compacto típico dos anos 1990, oferecido em versões de duas e quatro portas, sem grandes destaques mercadológicos. Com a virada do milênio, ele foi substituído pelo Corsa C, mas sua história estava apenas começando em outros continentes.
O Clássico Chevrolet Brasileiro
O Brasil foi o primeiro país fora da Europa a receber o modelo, já como Chevrolet Corsa, com produção iniciada em 1994. Rapidamente, ele se tornou um dos carros mais cultuados da história da GM do Brasil, exalando modernidade por ser o primeiro compacto com design arredondado em uma época dominada por carros quadrados dos anos 1980.
O sucesso inicial foi estrondoso, gerando longas filas de espera nas concessionárias e ágio. O Brasil foi o responsável por desenvolver as inéditas carrocerias sedã, perua (Wagon) e picape (Pickup), não oferecidas na Europa. Mesmo com o lançamento da terceira geração do Corsa em 2002, o Corsa B se manteve em linha, rebatizado como Chevrolet Corsa Classic.
O Classic, oferecido no Brasil apenas na carroceria sedã (enquanto o hatch quatro portas e a perua sobreviveram em outros países da família Classic), continuou vendendo muito bem, superando até mesmo seu sucessor, o Corsa C. Em 2008, o nome “Corsa” foi abandonado, e o modelo seguiu como Classic.
Em 2010, o Classic recebeu uma reestilização significativa, herdando o estilo visual adotado pela Chevrolet na China em 2005 (e descartado lá em 2009), usando o ferramental trazido do país asiático para renovar o projeto de 1994. O Corsa C saiu de linha no Brasil em 2012, mas o Classic permaneceu em produção por mais alguns anos.
A Jornada Asiática do Corsa
Na China, o Corsa teve uma trajetória curiosa, sendo vendido sob três marcas. Inicialmente, de 1993 a 1996, ele foi produzido em regime CKD pela Jilin Jiangbei como Mielu JJ7090, uma produção limitada e não oficial da GM.
No entanto, sua carreira de sucesso começou de verdade em 2001, quando voltou ao mercado chinês como Buick Sail, nas carrocerias sedã e perua (SR-V). Embora a Buick seja globalmente posicionada acima da Chevrolet, na China ela atua como uma marca generalista de alto volume. O Buick Sail ostentava o mesmo visual da primeira reestilização brasileira.
Em 2005, o modelo foi transferido para a Chevrolet, passando a se chamar Chevrolet Sail. Adotou o visual que, posteriormente, seria herdado pelo Classic brasileiro, o qual já mencionamos. A perua também foi oferecida reestilizada até 2010, encerrando sua produção um ano depois do sedã.
A Longevidade do Corsa no México
O México é notório por manter carros antigos em linha por longos períodos. O Corsa não foi exceção, alcançando o mesmo status de ícone que o VW Fusca e o Nissan Tsuru (Sentra de terceira geração) por lá.
Lançado em 1995, importado da Europa e idêntico ao nosso Corsa brasileiro, ele recebeu o nome de Chevrolet Chevy no México, numa estratégia para se aproximar do consumidor de compactos. O sucesso levou a GM a iniciar a produção local. Além das versões hatch de duas e quatro portas já vendidas, o modelo ganhou a opção sedã, que, até então, era produzida unicamente no Brasil. As versões por lá eram:
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Chevy Joy (hatch duas portas).
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Chevy Swing (hatch quatro portas).
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Chevrolet Monza (sedã, curiosamente).
Até 2004, o modelo mantinha o design original, mas sofreu uma polêmica reestilização local chamada Chevy C2, que introduziu novos faróis redondos, grade retangular e novas lanternas. Em 2009, houve uma segunda alteração visual, com uma grade frontal de grandes dimensões.
Em 2010, a versão quatro portas saiu de linha, e o sedã passou a ser chamado de Chevy Sedán, abandonando o nome Monza. A produção do Chevrolet Chevy foi finalmente encerrada em 2012, devido às novas exigências de segurança que a GM optou por não atender com um projeto tão antigo.