A Volkswagen está se apressando para lançar sua linha de veículos elétricos compactos na Europa, com o ID. Polo sendo um dos modelos mais aguardados. No entanto, o compacto elétrico não será o primeiro a chegar ao mercado. Ele será lançado após o CUPRA Raval, que é seu gêmeo na marca espanhola Seat. A estratégia da VW é utilizar sua submarca como uma espécie de “cobaia” para analisar a reação e a aceitação do público europeu antes de introduzir seu próprio modelo.
A decisão de adiar o ID. Polo e observar o desempenho do Raval está ligada a uma preocupação interna da montadora. Segundo informações do site motor.es, a Volkswagen teme que o modelo, apesar das altas expectativas, não atinja o volume de vendas projetado. O receio é compreensível, dado o forte desempenho dos modelos a combustão da marca na Europa, como o Polo, o T-Cross e o Taigo (versão europeia do Nivus).
A montadora reconhece que, enquanto as versões com motor a combustão coexistirem com as elétricas, muitos consumidores continuarão a preferir o motor tradicional. Embora o discurso oficial para o público seja de entusiasmo, promovendo o ID. Polo como o primeiro Polo GTI elétrico, nos bastidores o clima é de cautela. A empresa está em atenção máxima devido à incerteza sobre o sucesso imediato do elétrico.
Motores a gasolina para extensão de autonomia em estudo
Diante desse receio nas vendas, a Volkswagen já está desenvolvendo um plano B. Embora a marca afirme publicamente que só trabalha com a tecnologia EREV (veículo elétrico de autonomia estendida) na China, fontes internas citadas pelo motor.es confirmaram que essa tecnologia está sendo avaliada discretamente na Europa há vários meses. O sistema de autonomia estendida usa um motor a combustão apenas para gerar eletricidade, sem mover as rodas.
Para essa aplicação, a Volkswagen desenvolveu dois motores a gasolina exclusivos: um pequeno 1.0 de dois cilindros e um 1.5 de três cilindros. O propulsor 1.0 já foi instalado em unidades de teste do ID. Polo, atuando como um gerador elétrico conforme o necessário. Este sistema é semelhante ao usado por modelos como o Leapmotor C10, onde o motor a combustão jamais traciona o veículo, mas apenas estende a autonomia elétrica.
Desafios e futuro da linha compacta da VW
A chegada de modelos REEV (veículos elétricos de autonomia estendida) ao mercado europeu, especialmente com preços agressivos de montadoras chinesas como a Leapmotor, representa um grande desafio para a Volkswagen. A arquitetura MEB Entry, criada especificamente para os elétricos compactos da VW, já foi projetada para ter um espaço na traseira capaz de receber esse motor extra, indicando que a empresa se preparou para essa possibilidade.
No entanto, há questões práticas a serem resolvidas, como a localização do tanque de combustível, o tamanho final da bateria e a competitividade da autonomia em relação aos rivais. O plano de longo prazo da Volkswagen é manter a convivência entre seus modelos a combustão e elétricos até, no máximo, 2030. A partir dessa data, modelos como Polo, T-Cross e Taigo deixariam de ser produzidos com motores térmicos, abrindo espaço apenas para suas versões a bateria. A empresa está, portanto, se preparando ativamente caso seus elétricos não alcancem o sucesso esperado na Europa.