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Honda: por que o futuro não é apenas elétrico

Foto: Xataka

No dinâmico mercado automotivo, onde a promessa de um futuro totalmente elétrico parecia ser a única rota, uma das marcas mais respeitadas do mundo, a Honda, surpreendeu ao redefinir sua estratégia. A empresa japonesa, conhecida por sua confiabilidade e engenharia de ponta, fez uma importante admissão: a transição para a neutralidade de carbono não se dará por meio de uma única tecnologia. Essa mudança de perspectiva não é um passo atrás, mas sim uma visão mais pragmática e plural sobre a mobilidade do futuro.

A Honda havia estabelecido metas ambiciosas para os veículos elétricos a bateria, mas recentemente tomou a decisão de repensar seu plano. O montante de 10 trilhões de ienes, antes alocado para o desenvolvimento de veículos 100% elétricos, foi reduzido em 30%. Além disso, a meta de que 30% de suas vendas globais fossem de veículos totalmente elétricos até 2030 foi removida de seus documentos estratégicos. Para o público, essa pode parecer uma reviravolta, mas para a liderança da empresa, é uma adaptação necessária. Conforme explicou Jay Joseph, diretor-geral da Honda Austrália, a montadora considera os veículos elétricos a bateria um caminho para a neutralidade de carbono, mas não o objetivo final. Essa distinção é crucial e reflete uma visão que vai além da euforia do momento.

A nova abordagem da Honda reconhece os desafios inerentes à adoção em massa de carros elétricos. Um dos pontos mais críticos é a infraestrutura de recarga. Em muitos mercados estratégicos, a rede de estações de carregamento ainda é escassa, lenta e pouco confiável, o que cria a chamada “ansiedade de autonomia” para os motoristas. Apostar todas as fichas em uma única tecnologia, como o fez a Tesla, seria, na visão da Honda, um risco desnecessário. A marca, que construiu sua reputação com base na prudência e na inovação incremental, prefere diversificar suas soluções para atender às necessidades e realidades de diferentes mercados e consumidores.

Nessa estratégia plural, os veículos híbridos continuam a ser uma peça-chave. Combinando um motor a combustão e um motor elétrico, os híbridos oferecem uma transição suave para os motoristas, reduzindo o consumo de combustível e as emissões sem a necessidade de uma infraestrutura de recarga robusta. Modelos eletrificados da Honda têm grande aceitação em regiões como a América do Norte e a Ásia, e a montadora continuará a investir nessa tecnologia. A empresa também está olhando para o futuro com aposta em tecnologias ainda mais limpas, como a célula de combustível a hidrogênio. Um exemplo é o novo CR-V e:FCEV, um modelo que combina uma bateria com uma célula de hidrogênio, podendo ser recarregado na tomada ou abastecido com hidrogênio, oferecendo o melhor dos dois mundos.

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