O mercado automotivo brasileiro viveu um julho de 2025 aquecido, impulsionado por uma medida governamental que agitou o setor. Com a implementação do programa Carro Sustentável, que zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos que atendem a critérios específicos de eficiência e sustentabilidade, as vendas dispararam. Os números da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revelam um crescimento notável de 14,24% nas vendas de carros novos em comparação com o mês de junho. Essa reação rápida do mercado mostra como a sensibilidade aos preços e a previsibilidade tributária são cruciais para o consumidor, como bem analisou Arcelio Júnior, presidente da Fenabrave.
A medida do “IPI Zero” foi uma aposta do governo federal para gerar um estímulo imediato no consumo e na produção industrial, com um foco especial nos veículos populares com motor 1.0. A resposta foi quase imediata. No entanto, o programa é muito mais do que um simples corte de impostos; ele foi desenhado para incentivar a indústria a investir em tecnologias mais limpas, aprimorar a engenharia nacional e priorizar a reciclabilidade e a eficiência energética. Em alguns casos, o desconto no preço final chegou a impressionantes 13 mil reais, o que se traduziu em um fluxo de clientes de volta às concessionárias.
“O programa é um sucesso. O presidente Lula zerou o IPI. E as montadoras também ajudam com um bom desconto. É a indústria e o comércio no Brasil gerando emprego e renda para a população”, comentou o vice-presidente Geraldo Alckmin durante uma visita a concessionárias. De fato, o sucesso da iniciativa é visível nos resultados de vendas de alguns modelos. O Fiat Argo foi um dos maiores beneficiados, com um aumento de 37,7% nas vendas, saltando de 7.235 para 9.966 unidades. Outros modelos também viram um crescimento significativo, como o Fiat Mobi (aumento de 27,6%) e o Hyundai HB20S (aumento de 17,7%).
Mas nem todos os veículos tiveram a mesma sorte. A medida, focada em modelos específicos, acabou por criar um desequilíbrio para outros. Modelos como o Chevrolet Onix Plus, o Hyundai HB20 e o Renault Kwid, por exemplo, registraram quedas nas vendas, mostrando que o consumidor direcionou sua atenção e seu poder de compra para os carros contemplados pelos maiores descontos.
A disputa pelo topo da lista de carros mais vendidos foi acirrada. O Volkswagen Polo, com 12.940 emplacamentos, garantiu a liderança do ranking geral, superando a Fiat Strada, que ficou em segundo lugar com 12.895 unidades. Em terceiro lugar, o Fiat Argo consolidou sua posição com as 9.966 unidades vendidas. O cenário, portanto, mostra uma mudança de comportamento do consumidor e uma forte reação do mercado à nova política de incentivo, que, embora pontual, teve um impacto profundo no volume de negócios do mês de julho. Os dados da Fenabrave, que apontam um total de 181.787 veículos emplacados no sétimo mês do ano, refletem a vitalidade de um setor que se adapta rapidamente às novas diretrizes e anseios dos consumidores. O programa Carro Sustentável, em seu primeiro mês completo de vigência, não apenas movimentou o mercado, mas também traçou um novo caminho para a indústria automotiva nacional, priorizando eficiência e responsabilidade ambiental.
